Minde...

Minde, com o passar dos tempos tem vindo a decair de uma forma, que sinceramente, não sei onde isto vai parar.
Tivemos fábricas, que empregavam 100, 200 e até 300 pessoas, algumas até tinham quartos, e carrinhas para levar e trazer as pessoas. Estas não eram nossas, mas faziam parte de nós.
Tivemos um crescimento demográfico que nos fazia sonhar em voos muito mais altos. Era uma alegria viver em Minde, sempre com gente nova.
Tivemos uma rádio, que nos fazia correr aos estúdios para ganharmos um porta-chaves, oferta da papelaria “TILITA”, ou um vale na taberna do Rafael “Baiuca”, onde estávamos sujeitos a beber um copo com brinde!!!
Tivemos a telescola, que era um método de ensino inovador, que nem era bom nem mau, era uma m****!!! Mas era nosso!!!!
Tivemos um núcleo de espeleologia.
Tivemos uma orquestra ligeira.
Tivemos o Jaime Chavinha, que se conhecesse o monumento que lhe foi feito em homenagem, era o primeiro a partir aquilo.
Tivemos a Rodoviária a passar dentro da vila, a deitar todo aquele fumo que nos deixava agoniados, e que deixava filas de trânsito e os nervos à flor da pele.
Tivemos um padre durante anos, que ninguém percebia o que ele dizia.
Tivemos jogos de futebol no adro da Igreja, que deixavam as beatas à beira de um ataque de nervos.
Tivemos campeonatos de berlinde nos terrenos circundantes às escolas.
Tivemos campeonatos de futebol de carica.
Tivemos festas populares na praça 14 de Agosto, com aquele cheiro a eucalipto estrondoso, e aqueles palcos com atrelados de camião.
Tivemos bailes da inspecção.
Tivemos, aquela família dos 100, que ninguém tinha os cinco alqueires bem medidos.
Tivemos a discoteca “Charlie”

Bem tivemos tanta coisa!!!!!! E é tão bom recordar!!!!

Agora temos outras coisas, mas que transformam Minde numa vila amorfa!!!!!