Aproximam-se duas das mais importantes eleições em Portugal!
Em comum todas as eleições têm o facto de ter os mesmos 5 partidos políticos nacionais a concorrer quer a nível nacional quer regional, embora ao nível regional existam também vários movimentos independentes que se candidatam.
Esta realidade leva-me a pensar na questão do sentido e na interpretação dos votos.
Senão vejamos, desde há várias eleições (e referendos não vinculativos) para cá que os níveis de abstenção têm aumentando significativamente. Ora, isto terá que ser interpretado. A meu ver pode-se interpretar de três formas:
(1) Desinteresse e descrença pela classe política;
(2) Conformismo político;
(3) Desconhecimento de um dever;
[Uma outra possibilidade é a de falta de um subsídio para as pessoas iram votar, como dizia o Bruno Nogueira]
Excluindo as duas últimas, que apesar de existirem, uma delas (2) é demasiado ridícula para ser discutida e a outra demasiado profunda (3), a abstenção pelo desinteresse e a descrença na classe política (1) que inclui partidos e as respectivas pessoas, deve ser analisada como se de um partido se tratasse. Ou seja, se o interesse político e a crença em pessoas e partidos tem uma determinada correspondência nos órgãos para os quais se vota, o contrário também se deve verificar. Para que a descrença e o desinteresse político existissem em tão larga escala, a classe política (actual e passada) teve um papel absolutamente determinante.
Tal como, sermos apoiantes de um partido durante um certa altura da vida e passado uns anos optarmos por outro tipo de ideologia, com o motivo do desinteresse e da descrença, ou por outro motivo qualquer (estou-me a lembrar do Freitas do Amaral).
A questão é a seguinte: não deveria a “Abstenção” ser tratada como um partido e ter a sua consequente repercussão nos órgãos para os quais se elege?
Exemplo, se nas próximas eleições legislativas houvesse 30% de abstenção, o parlamento ficaria com 30% de lugares vazios…representando assim a vontade das pessoas que (não) votam. Parece-me que tem tudo a ver com democracia.
Isto leva-nos a outra questão, como seria possível alterar o rumo do abstencionismo?
Com verdade!
Talvez assim sentissem que só com honestidade é que poderiam inverter esta situação de descrença e desinteresse.
P.s. já discutimos isto várias vezes meu caro gAz…
5 comentários:
É uma ideia perfeitamente legítima e bastante interessante mesmo...
Sem duvida que reflectia com exactidão a vontade real dos portugueses!
Sou apoiante!
E os votos nulos? Por cada voto nulo decapitava-se um político aleatoriamente. Esta ainda é melhor.
Desculpa amigo Arnaldo mas não concordo contigo.
Acho bem a tua ideia mas não com a abstenção e sim com os votos em BRANCO.
Pelo menos os Portugueses tinham de ter o trabalho de ir ao local de voto e assim os políticos já não tinha desculpa, os 30% de lugares vazios correspondia a 30% de Portugueses descontentes com esta classe mentirosa que só serve para encher os bolsos e envergonhar os eleitores
Meu caro Wolfinho,
Também concordo que os votos Brancos e Nulos tenham a sua (óbvia!) expressão eleitoral.
No entanto quem vota em Branco ou Nulo tem motivações completamente diferentes das que motivam a abstenção. Quem vota Branco ou Nulo mostra interesse e um mínimo de conhecimento, no entanto a forma de manifestar é através do voto em Branco ou Nulo, manifestando o seu descontentamento, mas não manifesta desinteresse! Quem se abstém não mostra interesse nenhum e é sobre esse desinteresse que falo no post e é esse desinteresse que deve ser combatido. Por alguma razão os valores dos votos Brancos ou Nulos nunca se equiparão aos valores da abstenção. Bom era se a ideia de representar os votos Brancos ou Nulos no parlamento levasse à diminuição da abstenção.
Olhem eu não posso estar mais de acordo com o Arnaldo. Acho muito bem! Quando conseguissemos que todos os lugares do parlamento ficassem (des)ocupados com os "deputados" do P(artido)
da A(bstenção) talvez nos vissemos definitivamente livres deste sistema de governo, que já provou a sua falência, e se decidissem a instaurar de novo a monarquia.É a minha última esperança de vir a casar com um principe encantado. (Todas temos direito à vida e a uma tiara de diamantes. O que é que a cabra da Letízia tem a mais do que eu?...)
Maria Papoila
Enviar um comentário