sexta-feira, agosto 29, 2008

Os nascidos na década de 70 são os maiores...

ARTIGO DE NUNO MARKL P/ OS TRINTÕES FENOMENAL


A juventude de hoje, na faixa que vai até aos 20 anos, está perdida.

E está perdida porque não conhece os grandes valores que orientaram os que hoje rondam os trinta.

O grande choque, entre outros nessa conversa, foi quando lhe falei no Tom Sawyer. 'Quem?', perguntou ele. Quem?! Ele não sabe quem é o Tom Sawyer! Meu Deus... Como é que ele consegue viver com ele mesmo? A própria música: 'Tu que andas sempre descalço, Tom Sawyer, junto ao rio a passear, Tom Sawyer, mil amigos deixarás, aqui e além...' era para ele como o hino senegalês cantado em mandarim.

Claro que depois dessa surpresa, ocorreu-me que provavelmente ele não conhece outros ícones da juventude de outrora.

O D'Artacão, esse herói canídeo, que estava apaixonado por uma caniche;

Sebastien et le Soleil, combatendo os terríveis Olmecs;

Galáctica, que acalentava os sonhos dos jovens, com as suas naves triangulares;

O Automan, com o seu Lamborghini que dava curvas a noventa graus;

O mítico Homem da Atlântida, com o Patrick Duffy e as suas membranas no meio dos dedos;

A Super Mulher, heroína que nos prendia à televisão só para a ver mudar de roupa (era às voltas,lembram-se?);

O Barco do Amor, que apesar de agora reposto na Sic Radical, não é a mesma coisa. Naquela altura era actual...

E para acabar a lista, a mais clássica de todas as séries, e que marcou mais gente numa só geração: O Verão Azul.

Ora bem, quem não conhece o Verão Azul merece morrer. Quem não chorou com a morte do velho Shanquete, não merece o ar que respira.

Quem, meu Deus, não sabe assobiar a música do genérico, não anda cá a fazer nada.

Depois há toda uma série de situações pelas quais estes jovens não passaram, o que os torna fracos:

Ele nunca subiu a uma árvore! E pior, nunca caiu de uma. É um mole.

Ele não viveu a sua infância a sonhar que um dia ia ser duplo de cinema.

Ele não se transformava num super-herói quando brincava com os amigos.

Ele não fazia guerras de cartuchos, com os canudos que roubávamos nas obras e que depois personalizávamos.

Aliás, para ele é inconcebível que se vá a uma obra.

Ele nunca roubou chocolates no Pingo-Doce.

O Bate-pé para ele é marcar o ritmo de uma canção.

Confesso, senti-me velho...

Esta juventude de hoje está a crescer à frente de um computador.

Tudo bem, por mim estão na boa, mas é que se houver uma situação de perigo real, em que tenham de fugir de algum sítio ou de alguma catástrofe, eles vão ficar à toa, à procura do comando da Playstation e a gritar pela Lara Croft.

Óbvio, nunca caíram quando eram mais novos. Nunca fizeram feridas, nunca andaram a fazer corridas de bicicleta uns contra os outros.

Hoje, se um miúdo cai, está pelo menos dois dias no hospital, a levar pontos e fazer exames a possíveis infecções, e depois está dois meses em casa fazer tratamento a uma doença que lhe descobriram por ter caído.

Doenças com nomes tipo 'Moleculum infanticus', que não existiam antigamente.

No meu tempo, se um gajo dava um malho muitas vezes chamado de 'terno' nem via se havia sangue, e se houvesse, não era nada que um bocado de terra espalhada por cima não estancasse.

Eu hoje já nem vejo as mães virem à rua buscar os putos pelas orelhas, porque eles estavam a jogar à bola com os ténis novos.

Um gajo na altura aprendia a viver com o perigo.

Havia uma hipótese real de se entrar na droga, de se engravidar uma miúda com 14 anos, de apanharmos tétano num prego enferrujado, de se ser raptado quando se apanhava boleia para ir para a praia.

E sabíamos viver com isso. Não estamos cá? Não somos até a geração que possivelmente atinge objectivos maiores com menos idade? E ainda nos chamavam geração 'rasca'...

Nós éramos mais a geração 'à rasca', isso sim. Sempre à rasca de dinheiro,sempre à rasca para passar de ano, sempre à rasca para entrar na universidade, sempre à rasca para tirar a carta, para o pai emprestar o carro. Agora não falta nada aos putos.

Eu, para ter um mísero Spectrum 48K, tive que pedir à família toda para se juntar e para servir de presente de anos e Natal, tudo junto.

Hoje, ele é Playstation, PC, telemóvel, portátil, Gameboy, tudo. Claro, pede-se a um chavalo de 14 anos para dar uma volta de bicicleta e ele pergunta onde é que se mete a moeda, ou quantos bytes de RAM tem aquela versão da bicicleta.

Com tanta protecção que se quis dar à juventude de hoje, só se conseguiu que 8 em cada dez putos sejam cromos. Antes, só havia um cromo por turma.

Era o totó de óculos, que levava porrada de todos, que não podia jogar à bola e que não tinha namoradas.

É certo que depois veio a ser líder de algum partido, ou gerente de alguma empresa de computadores, mas não curtiu nada.'


(Nota: ...os chocolates não eram gamados no 'Pingo Doce'... Ainda se chamava 'Pão de Açúcar'!!!)

sábado, agosto 02, 2008

Palma vs Winehouse



No fim-de-semana passado estive em Riachos na Festa da Bênção do Gado. A festa realiza-se de 4 em 4 anos e tem o apoio da Junta de Freguesia e da Câmara Municipal, mas é fundamentalmente um excelente exemplo dos resultados positivos que se podem obter quando um povo se une em prol de um objectivo comum. Mas apesar do sucesso da festa há duas coisas que me apetece dizer.

Em primeiro lugar gostava que alguém entendido em entretenimento me explicasse qual é a mais valia do fogo de artifício. Em mim, tal espectáculo só desperta uma coisa: revolta. Há duas semanas nas Festas da Cidade em Torres Novas tivemos mais de meia hora de fogo de artifício, em Riachos no passado Domingo, mais do mesmo. Será que num país onde falta tanta coisa, e falta tanto a tanta gente, se deveria “queimar” milhares e milhares de contos de uma forma tão infrutífera? Feitas as contas, aposto que o que se “queima” no Verão em todas as Romarias do país (e agora até nos casamentos) financiaria certamente um longo período de investigação biológica para a descoberta de novas curas para algumas doenças ou até a construção de um excelente hospital.

Mas enfim, com o fogo o povo fica feliz e o que interessa é entreter o povo.

A outra questão que me apetece abordar é bastante menos moralista e prende-se com a actuação do artista Jorge Palma no encerramento da dita festa. O senhor apresentou-se em palco num estado de mix entre bebedeira e algo mais. Cantou qualquer coisa, mas mal e quando falava não dizia coisa com coisa. Despejou o bom repertório ( a sério que gosto!) de uma forma desinteressada e anestesiada e em vez de provocar entusiasmo na assistência, só conseguiu comentários menos simpáticos e algum gozo.

É o verdadeiro artista.

Um “Amy Winehouse” á portuguesa.
A imagem está fora do contexto mas, no Verão, uma fresquinha fica sempre bem...

Pérolas da Nossa Infancia II

Esta é mesmo uma verdadeira reliquia...

http://youtube.com/watch?v=hAPes7l87os